quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

ONU lança década internacional para os afro-descendentes

Especialistas e diplomatas defenderam, nesta quarta-feira (10), nas Nações Unidas a busca de um mundo sem racismo, discriminação e intolerância, a propósito do lançamento da Década Internacional para os Povos de Descendência Africana.



“Precisamos de um planeta onde predominem o reconhecimento, a justiça e o desenvolvimento para todos os seres humanos”, afirmou a responsável pelo Grupo de Trabalho da ONU sobre as pessoas de Descendência Africana, Mireille Fanon-Mendes.

Em uma coletiva de imprensa pelo lançamento da Década, a especialista lamentou que pela cor negra de sua pele, muitos sofrem de maneira permanente marginalização, invisibilidade e penúrias econômicas e sociais.

De acordo com a também integrante do Grupo de Trabalho, a jamaicana Verene Shepard, o objetivo de dedicar o decênio 2015-2024 aos afrodescendentes é concluir o mesmo em uma situação bem diferente da atual.

“Temos esperanças de conseguir mudanças importantes, ou pelo menos dar passos nesta luta contra o racismo e a xenofobia”, afirmou.

Shepard recordou que o problema da discriminação é muito complexo, por ter suas raízes em séculos atrás, em fenômenos como a colonização e a escravidão.

A especialista assinalou que a educação e o fortalecimento da justiça representam pilares para reverter o cenário de abusos em que vivem grande parte dos afrodescendentes, inclusive onde constituem a maioria da população.

"Como disse, o assunto é bem complexo, e passa por questões tão elementares como deixar de considerar os negros uma ameaça quando cruzam as fronteiras ou quando enfrentam o crime", sublinhou.

Por sua vez, a ministra brasileira para a Promoção de Políticas de Igualdade Racial, Luiza Bairros, manifestou sua satisfação pelo lançamento da Década.

Consideramos uma ocasião propícia para que todos os países membros das Nações Unidas renovem seu compromisso com a igualdade racial no mundo, expôs na própria conferência de imprensa.

Segundo Bairros, no Brasil - onde vivem cerca de 100 milhões de afrodescendentes - tem melhorado nos últimos anos a situação desse setor populacional, a partir de um maior acesso à educação e ao emprego, graças aos programas governamentais.

Fonte: Prensa Latina

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